Não há como fazer este post sem ser na primeira pessoa e de forma emocional.
A produção de eventos começou na minha vida há cerca de 12 anos. Depois do Teatro da Trindade, o Teatro do Montemuro (3 anos).
Da cidade para a serra, sem lamentos, antes com uma profunda consciência de liberdade, de procura de mim mesma, de um certo alívio. Para trás deixava a pressa dos dias, os milhares desconhecidos, a dicotomia dos dias em que o luxo anda cego e altivo em passeios de pedintes pela baixa Chiado.
Na Serra encontrei a partilha diária do que o campo produz, a beleza gratuita de cada estação do ano, a disponibilidade e entreajuda, a simplicidade, a maravilha do teatro, tempo e um desafio pessoal, libertar-me.
Nessa experiência, aprendi que o Inverno acontece no corpo e na alma, que o gelo dói e arranha, mas nada demove o pastor, nem aranha da sua teia, nem o actor do seu texto, nem o bater do tear. Que no Inverno se trabalha o linho, e no Verão o Burel para que o uso seja eterno. Temos de fazer acontecer. Que a chuva comove, que o nevoeiro acontece dentro da nossa cabeça e que a Primavera tudo resolve e renova, com flores dentro de cada um de nós.
Na Serra aprende-se resiliência, que habitua quem por lá ainda mora, num acto corajoso entre paixão geográfica, conformismo e devir.
Desci a Serra para encontrar em Viseu um lugar em mim onde há jardins todo o ano.
Na Serra permanecem os olhares no horizonte, os lamentos de saudade de um passado para lá da encosta, a esperança do regresso de quem volta com o Verão, das tardes solarengas nos vales, dos namoros nas fráguas, do encantamento junto ao rio, das noites quentes de Lua Cheia em que um uivo lembra que este é lugar de lendas, de mouras, de perigo e de solidão sem se estar só, mas sim de alma cheia.
Esse espírito esteve nos olhos da Patrícia, da Sandra e da Sónia, que emprestaram beleza e sensibilidade a esta produção da GUIDA Design de Eventos, com fotografia que garanto acontecer como magia entre o olhar e o disparo do José Raposo que só pode também, trazer em si estas paisagens.
Esse espírito esteve nos olhos da Patrícia, da Sandra e da Sónia, que emprestaram beleza e sensibilidade a esta produção da GUIDA Design de Eventos, com fotografia que garanto acontecer como magia entre o olhar e o disparo do José Raposo que só pode também, trazer em si estas paisagens.
O resultado vai sendo mostrado noutros sites e publicações, porque o bom é para se ir revelando.
Lúcia Simões.
GUIDA Design de Eventos